Três quartos dos consumidores dos EUA mostram-se menos dispostos a fazer compras online em pequenas empresas que sofrem ataques cibernéticos, conclui o novo inquérito do Cyber Readiness Institute
A iniciativa sem fins lucrativos refere que os compradores online acreditam ser mais provável que os revendedores de grande dimensão invistam na proteção da sua segurança e privacidade, mas são da opinião que os revendedores de pequena dimensão devem oferecer as mesmas proteções
NOVA IORQUE, 5 de novembro de 2019 – À medida que a população americana se prepara para embarcar na época de compras natalícias online anual, a segurança cibernética está no topo das preocupações dos consumidores, que consideram ser sua prorrogativa beneficiar das mesmas proteções quer estejam a fazer compras num revendedor de grande dimensão ou numa pequena empresa familiar, segundo um novo inquérito nacional realizado pelo Cyber Readiness Institute (CRI).
O CRI, que disponibiliza ferramentas e políticas gratuitas e fáceis de utilizar para reduzir o risco da maior parte das vulnerabilidades cibernéticas mais comuns, concluiu que quase três terços dos 528 consumidores dos EUA inquiridos esperam que as pequenas empresas ofereçam as mesmas proteções que os revendedores de grande dimensão. No entanto, são poucos os que pensam que a realidade corresponde às suas expetativas, na medida em que apenas 33% acredita ser provável o facto de as pequenas empresas protegerem a sua segurança e privacidade pelo menos com a mesma eficácia que os revendedores de grande dimensão.
O CRI utilizou a ferramenta Survey Monkey para realizar o inquérito online de 5 a 7 de outubro. O inquérito tem uma margem de erro de +/- 4%.
“Quando o assunto é segurança cibernética, os consumidores parecem-se sentir-se mias à vontade com os revendedores de grande dimensão. No entanto, não tem de ser assim. Maior não significa melhor”, refere Kiersten Todt, diretora-geral do CRI. “Uma pequena empresa não tem de ser sinónimo de menos segurança. As bases de uma organização protegida contra ataques cibernéticos devem apoiar-se na educação dos funcionários e numa cultura que abrace inteiramente a importância da segurança cibernética para os clientes e a margem de lucro. É possível alcançar estas metas com recursos limitados e o requisito principal é o empenho.”
Efetivamente, a pesquisa do CRI revelou que 45% dos consumidores inquiridos mostram-se menos propensos a fazer compras e 31% jamais o fará numa pequena empresa que tenha sido atacada por hackers e perdido informações pessoais.
À medida que continuamos a assistir à estagnação das vendas em estabelecimentos físicos, os mercados online oferecem um terreno fértil para as pequenas empresas. Os compradores online gastaram 122 mil milhões de dólares online durante a época de compras natalícias em 2018, o que se traduz num crescimento de mais de 17% face ao período homólogo, de acordo com o Internet Retailer.
O inquérito realizado pelo CRI revelou que a trajetória ascendente deverá manter-se em 2019. Mais de 87% dos inquiridos afirmaram que tencionam fazer uma compra online nesta época festiva e 35% planeiam fazer uma compra online junto de uma pequena empresa nos próximos dois meses.
Outras conclusões importantes incluem:
- Apenas 50% sabem como determinar se um site de compras online protege a sua segurança e privacidade.
- 55% interromperam uma compra online devido a preocupações relacionadas com segurança cibernética ou privacidade.
- 19% mostram-se mais propensos a fazer uma compra online junto de uma pequena empresa.
- Apenas 33% pesquisaram a segurança cibernética ou as proteções à privacidade proporcionadas pelo revendedor antes de fazer uma compra.
- 98% dos consumidores já haviam comprado um produto online e mais de 91% já haviam feito uma compra através do telemóvel.
Recursos cibernéticos gratuitos para pequenas empresas
O CRI oferece um Kit de Iniciação à Prontidão Cibernética gratuito para pequenas empresas. O Kit de Iniciação inclui programas de educação para funcionários sobre como utilizar palavras-passe seguras, atualizar o software com os patches mais recentes e gerir a utilização de unidades USB. Além disso, o CRI fornece um guia simples para ajudar os gestores a abordar temas como riscos cibernéticos, proteções e boas práticas com os membros da equipa; um questionário que os membros do escritório podem utilizar para determinar se realmente compreendem a sua situação em termos de segurança; além de pósteres que podem ser utilizados nos escritórios para relembrar lições importantes aos membros da equipa no sentido de os ajudar a proteger os respetivos equipamentos digitais.
Para organizações que necessitam de uma abordagem mais robusta, o CRI também oferece o Programa de Prontidão Cibernética de modo a disponibilizar proteções cibernéticas mais alargadas. O programa de prontidão cibernética foi desenvolvido com o contributo de especialistas em segurança de renome de empresas globais, especialistas na matéria e o feedback de um programa piloto de pequenas empresas. O programa online autoguiado gratuito disponibiliza recursos e ferramentas (incluindo políticas, pósteres e materiais pedagógicos para a força de trabalho) alinhados com cada um dos passos do processo composto por cinco etapas do programa. O programa de prontidão cibernética está disponível em inglês, espanhol e português. O programa irá ser traduzido em breve para chinês, árabe, japonês e francês.
Acerca do Cyber Readiness Institute
O Cyber Readiness Institute é uma iniciativa sem fins lucrativos que reúne líderes empresariais veteranos de vários setores e regiões geográficas para partilhar recursos e conhecimentos que informam o desenvolvimento de ferramentas gratuitas de segurança cibernética para pequenas e médias empresas. O CRI procura apoiar o desenvolvimento da prontidão cibernética das pequenas e médias empresas no sentido de promover a segurança das cadeias de valor globais. O programa de prontidão cibernética autoguiado gratuito para pequenas e médias empresas foi lançado em dezembro de 2018 e está disponível em inglês, espanhol e português. Em breve, também estará disponível em chinês, árabe, japonês e francês.